Capítulo: 4

Henrique's POV

A semana passou bem devagar, e as provas foram até fácies, mas a prova do dia seguinte seria de história e eu não sabia nada, não entendia uma linha do assunto. Tentei até esquecer aquilo, mas acho que a Nic percebeu minha preocupação e veio falar comigo.

- Oi Rick! - falou me abraçando - Tudo bem?

- Oi Nic! Mais ou menos, e você? 

- Por que mais ou menos? - falou se sentando ao meu lado, apertando minha bochechas me fazendo rir.

- Porque, amanhã tem prova de história, e eu não sei porra nenhuma. - ela riu, não sei porque.

- Jura? - assenti - História, é a coisa mais fácil desse mundo. Posso te ajudar se quiser.

- De verdade? - talvez desse certo. 

- Claro, eu sou muito boa em história, e já estudei para prova. - ela era mil vezes mais inteligente do que eu, e isso a deixa ainda mais bonita.

- Olha eu sou mesmo péssimo em história. E você vai ter que ter muita paciência comigo.

- Se você estiver de roupa, eu não sei se terei paciência. - ela estava me provocando, olhando diretamente para meu corpo. - Mas se estiver de cueca, será outra história. 

- Minhas roupas estão lavando mesmo. - falei entrando no clima.

- Você é ridículo - falou enquanto bateu de leve no meu braço.

- Sei, sei! Você quer que eu vá para sua casa, ou eu vou para sua? - sinto malícia no ar.

- Você prefere estudar numa casa com a minha mãe, ou na sua sem ninguém para nos incomodar, e nos proibir de qualquer coisa que nós queiramos fazer?? - eu acho que to começando a gostar de verdade da Nic.

- Você quer que eu te pegue em casa? - ela entendeu o que eu quis dizer e riu.

- Não precisa, vou de carro para sua casa.

- Que horas então?

- Quando você estiver de cueca. - eu queria aquela menina na minha cama agora.

- Umas 16hs?

- Te mando um SMS quando estiver saindo de casa.

- Ta bom, obrigada por querer me ajuda! - falei realmente agradecido

- Porque, eu não ajudaria um menino que vai está de cueca, e ainda para ensinar a minha matéria favorita? - falou me olhando de baixo para cima. A provocação dela estava mesmo funcionando.

- Acrescente gostoso e que tem uma queda por você. - quase me arrependi de falar aquilo, mas vi um sorriso brotar dos seus lábios e esqueci do resto.

- Essa última parte é nova. - falou sorrindo, e lhe dei beijo de surpresa que a fez rir.

- Te vejo mais tarde lá em casa então?

- Claro, mas não esquece que você tem que está de cueca ok? - eu não sabia se ela estava brincando mesmo.

- Não vou esquecer. - falei enquanto ela levantava e sumia pelos corredores. O seu andar era tão confiante, fiquei admirado seu corpo se mexer perfeitamente, até perdê-la de vista.

Fui para casa depois do colégio e tentei arrumar meu quarto do melhor jeito possível, para a Nic pelo menos gostar de lá. Ela já esteve ali antes, mas nós ficamos nos beijando e vendo filmes que duvido que notou algo ali, tirando claro os pôsteres dos Ramones.

Faltando 5 minutos da hora combinada recebi uma mensagem dela:

Nic: " Já está só de cueca? "

Eu: " Você sabe brincar mesmo "

Nic: " Isso não respondeu minha resposta "

Eu: " Venha, e você verá. "

Nic: " Já estou quase chegando, xoxo "

Eu: " xxx "

Depois de alguns minutos a campainha tocou.

- Você demorou, eu não estava aguentando mais ficar de calça. - falei abrindo a porta, e lhe dando um beijo no rosto.

- Eu só estava brincando, ok? - fiz um carinha triste.

- Eu também. - falei rindo, entrando em casa a levando para o meu quarto. - Trouxe os livros?

- A gente vai mesmo estudar? - falou pondo a mão no meu pescoço, de uma maneira provocante.

- Olha eu não quero tirar F na prova de amanhã. Mas assim, acho que é meio impossível. - falei enquanto beijava seu pescoço o mais devagar possível.

- Eu só estava brincando, eu vim te ajudar. - ela tinha tantas curvas, e eu estava tendo vários pensamentos com ela nesse momento.

- Você quer comer alguma coisa antes? - ela me olhou e riu.

- Depois eu como. Preciso ensinar história para um menino que tem uma queda por mim. - fiquei meio sem graça quando ela disse isso, mas ela me deu um beijo falando "eu também gosto de você".

Ficamos quase por duas horas estudando, e ela me fez entender tudo, as vezes eu não entendia o que ela falava então ela voltava desde o começo e me fazia entender. Quando terminarmos de estudar, ela ficou me fazendo perguntas e só errei algumas delas. 

- Você não è tão burro quanto parece. - falou enquanto guardava os cadernos.

- E nem você tão inteligente, quanto demonstra. 

- Você achava que eu era só gostosa?

- Não, só estava zoando. Mas ... Você é muito gostosa. - ela ficou vermelha e eu a peguei pela cintura a fazendo sentar no meu colo.

Ficamos por um bom tempo em silêncio, mas não era ruim. Ela estava no meu colo, então pude sentir o seu corpo bem perto do meu, e isso era muito bom. 

- Você estava falando sério quando disse que tinha uma queda por mim?? - falava olhando diretamente para os meus olhos.

- Eu gosto de você princesa, você me faz bem! - falei antes de lhe beijar.

- Posso te contar uma coisa? - assenti - Eu te conhecia a muito tempo, quer dizer você não sabia da minha existência, mas eu sempre te vi no colégio, e meio que tinha uma queda por você. Mesmo sabendo da sua fama de " problemático ". - falou fazendo as aspas com a mão na palavra problemático.

- Eu sou meio problemático mesmo, mas não é porque eu quero.

- Porque lindo? - ela ainda estava encima de mim, e fazia carinho com uma das mãos no meu cabelo, enquanto a outra estava no meus ombros.

- Meus pais são muito ricos e ocupados, e nunca me deram atenção de verdade, só compravam brinquedos e nunca passavam um minuto comigo. Eles nunca iam as minhas apresentações na escola, nem quando ganhei o prêmio de 1º lugar no concurso de canto aos 12 anos, eles foram. - abaixei a cabeça, mas ela pegou no meu queixo delicadamente me fazendo a olhar. - Então ano passado resolvi fazer uma coisa para eles me notarem. - ela prestava bastante atenção no que eu dizia. - Passei uma semana planejando tudo, então resolvi que iria fugir pros EUA, e passar alguns dias escondido. - ela fez uma cara de desentendida - É que já morei lá e conheço muito de Nova York, então aluguei um apê pelo centro e fiquei por lá, quase um mês.

- Mas, você não disse que seria alguns dias?

- Seria, mas meus pais nem deram importância. Eles estavam muito " ocupados " no trabalho para ir atrás de mim. Você acredita que eles nem me ligaram?  - minha voz começou a falhar - Eles só me mandaram um SMS falando que dessa vez eu tinha passado dos limites. - ela me olhou de uma forma solidária como se dissesse " tudo bem, eles só fizeram isso para o seu bem " mas ela sabia que não, então não falou nada só olhou por alguns minutos dentro dos meus olhos, como se pudesse ver o que eu sentia. E me abraçou bem forte.

- Eu nunca vou entender meus pais, e nem quero. Prefiro aprender história com você - falei pegando nos seus cabelos.

- Eu gosto de ficar com você. - falou levantando, e entendeu que devia mudar de assunto. - Você não está com fome?

- Muita - ela entendeu o que eu quis dizer com aquilo e riu, mas foi bem de leve como se algo a incomodasse. - Eu to com preguiça de cozinhar, que tal a gente ir na lanchonete no final da rua?

- Eu prefiro pedir uma pizza, e nós comermos na cama. Não prefere?

- Melhor mesmo. Amo comer na cama. - eu não falei na malícia mas ela entendeu assim e riu um pouco alto. - Não pense besteira ok? Vai querer de que sabor? - falei digitando o número.

- Calabresa ou portuguesa, tanto faz lindo. Enquanto você pede a pizza eu pego os pratos.  - enquanto ela falava, fiquei pensando em como ela seria uma ótima namorada. 

A pizza chegou depois de uns 30 minutos, e nós comemos assistindo " O amor nunca tira férias " e a Nic ficava falando que o personagem principal era muito gato, e que era apaixonada por homens que usava óculos e achei muito engraçado ouvir ela falando aquilo, e de certa forma eu gostei por que ela era diferente de todas as menina que já sair antes, ela não fingia ser ninguém, só era ela mesma.

- Então como você acha que eu ficaria de óculos? 

- Acho que mais gostoso do que só de cueca. - ela estava rindo como estivesse tentando imaginar a cena.

- Espera que vou pegar uma coisa. 

Corri até o quarto do lado, que era usado para guardar algumas coisa, e peguei meu óculos Ray ban, eu não o usava a quase dois anos, mas queria saber se a Nic ia gostar. Antes de descer ouvir ela gritando.

- Henrique, o filme vai acabar o filme, dá para você aparecer logo?

- Prepara o coração, ok?

- Vem logo!! - quando ela terminou a frase eu apareci no quarto e fiquei bem na frente dela.

- Retiro que disse. Você não precisa ficar de cueca para ficar gostoso. - me joguei na cama ficando bem ao seu lado a fazendo rir.

- Quer dormir aqui hoje? - falei meio sem pensar.

- Pensei que não ia pedir. - ela falava enquanto tirava os pratos de cima da cama. - Quem vai lavar os pratos? - falou olhando diretamente para mim.

- Eu? - ela assentiu - Vai me ajudar princesa? - falei implorando.

- Você só não pode me molhar, ta?

- Vou tentar.

Nós descemos e arrumamos a cozinha em menos de 20 minutos. Quando fui pegar um copo de água me esbarrei nela e derrubei a metade do copo, enxarcando seu vestido.

- Desculpa princesa, juro que foi sem querer. - ela não estava brava, mas sim rindo.

- Não tem problema Rick. 

- Quer alguma roupa minha? - ela já tinha tirado o vestido, só estava de calcinha e sutiã na minha frente sorrindo. - Sabe que eu to gostando dessa vista?

- Não prefere me ver na sua cama? - falou chegando perto de mim, mordendo a boca de um modo provocante.

- Isso é um convite? - falei a pegando pela cintura. 

- Talvez. - falou me dando um beijo no pescoço, e depois rindo.

- Para princesa, é melhor você ir tomar banho logo, ou eu não me responsabilizo com o que vou fazer! - Ela riu e foi em direção a escada, mas antes de sair piscou para mim, me fazendo rir.

Nicolle's POV

Depois de tomar banho, me enrolei numa toalha branca que tinha no banheiro, deduzindo que era do Rick e fui pro seu quarto. Fiquei um bom tempo observando cada detalhe do quarto dele, tinha tantas coisas que nem imagina que ele gostava. Num canto tinha uma escrivaninha branca, cheia de livros, CDs e DVDs. E do outro lado tinha uma estante cheio de perfumes, e eram todos Malbec. Peguei uma camisa dos Ramones que estava jogada no chão e passei um pouco de perfume que achei, e desci.

- Hiiii honey! - falei me jogando encima dele no sofá.

- Porque você está com meu cheiro princesa? - falou cheirando meu pescoço me arrepiando.

- Porque, eu meio que achei sua coleção de perfumes.  - ele nem ouviu o que falei, estava muito preocupado cheirando meu pescoço de um jeito muito excitante.

- Deixa eu te contar um segredo. - falou chegando bem perto de mim, quase sussurrando. - Você está muito gostosa com essa camisa. 

- Você está tentando me levar para cama? - falei colocando a mão no seu pescoço. 

- Não, quer dizer, se você quiser ir. 

- Eu tenho que dormir em algum lugar. - falei enquanto levantava para pegar um livro na minha bolsa que estava no chão, o fazendo ver mais do que devia debaixo da minha camisa.

- Então ... - falou se ajeitando no sofá. - Eu acho melhor você pegar esse livro logo, porque essa cena está me excitando. - olhei para ele e rir.

- Não tenho culpa se sou gostosa, ok? - Só sentir sua mão na minha cintura me agarrando.

- Olha, vai ter um dia que não vou conseguir resistir suas provocações. - falou se colocando encima de mim.

- Esse dia não vai ser hoje, porque hoje eu vou ler. - falei esfregando o livro no seu rosto.

- Você ainda vai implorar por mim. - me deu beijo molhado no pescoço, e saiu de cima de mim, me fazendo suspirar.

Ele foi assistir um filme qualquer, e eu fiquei lendo " Um dia " deitada no seus ombros até adormecer.

Henrique's POV

Eu já estava morrendo de sono, então desliguei a TV e fui chamar a minha princesa para subir, e quando olhei para o lado ela estava dormindo profundamente, e estava tremendo como se estivesse com frio, então a peguei no colo e a levei para o meu quarto. A coloquei na cama bem devagar, e olhei para o lado e vi no relógio que já passava da meia noite, então tomei um banho rápido e me deitei ao seu lado, a trazendo para perto de mim. Ela parecia tão frágil dormindo, mas logo vi que estava errado, quando ela quase rasgou minha camisa segurando a cola da minha camisa com muita força, não sei se ela estava com frio ou com medo, só sei que a abracei bem forte e foi assim que dormimos.

No outro dia fomos para a escola juntos, e ela dormiu na minha casa quase todos os dias da semana, me ajudando a estudar, assistindo filmes comigo e sempre me fazendo rir, ela me fazia tão bem. Perto dela eu não era problemático, nem o garoto que foi criado sem pais, eu era só um adolescente normal.